quinta-feira, 3 de novembro de 2016

É suficiente?

Quando percebemos que é amor?
Depende o que se considera ser "amor".
Quando entendemos que é amor?
Quando passa o fogo e a paixão não fala tão alto. E os defeitos vem à tona, mas mesmo assim tá tudo bem. Uns são aceitáveis, uns são modificáveis. Os outros... Ah, quem é perfeito, não é mesmo?
E a falta não é por querer ter, mas por querer ser e estar.
Quando queremos o melhor para a pessoa e não apenas o melhor da pessoa. Quando somos sinceramente sinceros, mesmo que doa, pois queremos ser nossa verdade e não o que esperam de nós.
Mas quando aprendemos a falar, é ainda melhor. Falando pro outro entender e não só por um "não diga que não falei". E quando aprendemos a ouvir. Ouvir mesmo, absorver, compreender.
Quando conseguimos perdoar. E quando conseguimos limitar.
Quando podemos ser por inteiro. Quase transparentes. Quando somos companheiros, somos eu, somos você, somos nós, sem precisar de nó algum.
Quando procuramos o nosso erro e não apenas apontar a culpa.
Quando lembramos que nos pequenos detalhes é que se sustentam os grandes feitos e efeitos.
Quando ninguém substitui o que aquela pessoa proporciona. Quando, estejamos onde, fazendo o que, na condição que for, só pela existência daquele alguém para poder sorrir e chorar, já nos sentimos, pelo menos um pouco, mais completos.
Mas veja bem, ainda assim... Amor nem sempre é o suficiente.

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Angus, tia...

À essa hora da
Noite - e eu mal
Gosto de pensar...
Uma dor que aflige o
Ser - que será?
Tão pouco sei entender o 
Inexplicável verbo
Amar...

domingo, 28 de agosto de 2016

Ser solteiro com alguém

- Ser solteiro é ótimo! Mas encontrar alguém pra ser solteiro com você é tão bom quanto!
- Ué, como assim? Se você tá com alguém, você não está solteiro...
- Pode até ser... Casado, enrolado, namorando, noivo, desquitado, separado, à espera de um milagre... É tanto nome que pode ser dado, mas sei lá... Assimilam solteiro àquele que é livre... Então, eu opto por ser solteiro com alguém... E então seremos livres...
Livres pra estar com essa pessoa, livre pra escolher e renovar a escolha. E não aquela coisa de: porque aceitei o pedido e agora tenho a obrigação de tentar.
Livres pra poder sair com amigos, ficar com a família, ou simplesmente não querer sair. Livres pra ter um eu além do nós.
Livres para ser suficientemente sinceros, como se é com aquele amigo de longa data.
Livres pra poder querer viver tudo o que for possível e esperar, não obrigar, que o outro queira o mesmo.
Livres pra poder ceder com toda a liberdade de não precisar ceder, mas querer.
Livres pra poder insistir, com toda convicção de que serás ouvido e não apenas suportado, mas compreendido, pois o outro está ali, livre, por querer estar.
Livres pra construir algo independente de rótulos, diferenças e outras coisas mais, desde que tenha sido de livre escolha tentar.
Livres para poder ser melhor para quem se ama, mas, mais ainda, para poder ser quem se é.
Livres para encarar as descobertas de quem se é e do que se é para o outro.
Livres para poder chorar, sorrir, silenciar e se entregar a cada novo momento, sem precisar achar que tudo tem que ser mais do mesmo.
Livres para aceitar que dividir, muitas vezes, é como somar. E dividir a liberdade com aquele que aceita somar com você é poder ser ainda mais livre. Livre de qualquer coisa, senão das escolhas por amor.
Livres para poder ir embora, mas saber que enquanto ficar é simplesmente porque se quer ficar.
- É, vou procurar ser solteiro com alguém, também...

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Ai...

Ai...
Essa sensação no peito, estranha, acanha...
É uma dor que não dói, uma lágrima que não cai,
um suspiro longo que se disfarça de respiração...
Ai...
Essa dor que não sei quando passará, que nem sei se quero que passe,
que corrói, mas mantém viva a chama de um amor
que sem ter acabado, acabou...
Ai...
Que semblante triste minha face agora expõe,
mas daqui a pouco ele se esconde no sorriso mais sinceramente falso
que eu puder dar...
Ai...
Onde foi que a gente deixou de ser tudo?
Ai...
Os meus olhos estão num profundo mar 
de águas secas.
Ai...
Não é saudade, nem arrependimento,
mas uma angústia que não cessa nem quando vai embora.
Uma coisa sem nome, sem sentido, mas de força tamanha que me torna pequena...
E só escrevo, pra ver se desembaralho todas essas peças dentro de mim...
Ai...
Pudera eu não mais sofrer sem sofrimento.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

As perguntas que eu não fiz

E o que é que você fez das minhas cartas após relê-las?
Chorou por quê?
O que me faz ser "a melhor pessoa" da sua vida?
E o que te fez querer me dizer sobre o seu amor, pra depois ir embora de novo?

E o que é que você faz dos meu abraços?

O que é que você faz das minhas escolhas?
O que é que você faz das suas?

Você sabia que esses dias não me foram fáceis?

Você sabia que eu tenho chorado?
Você sabia que eu tive medo?
Você sabia que me interfere?

Se fosse tanto esse amor, por que não lutar por ele?

Se fosse tanta a dor, por que não pedir abrigo?
Se fosse tanto o querer, por que não acredita valer?
Se fosse tanta a saudade, por que não ouvir essa voz?

Você percebe que, de certo modo, estou feliz?

E que você parece muito mais você sem mim?
Você percebe que o amor nem sempre é suficiente?
E que sem mim tem sido mais fácil fazer planos?

E esse silêncio, significa o que?

sábado, 21 de maio de 2016

:/

Hoje em dia saber escrever é complicado. É quase um não saber.
De tão correto que se usa uma escrita, mais difícil ela fica para a maioria.
Aonde estamos chegando?
Que triste e doloroso é pensar isso.
Textos longos?
Frases curtas?
Estamos vivendo em ameaça... Visível e não visível...

domingo, 3 de abril de 2016

O erro de querer acertar

Não defina-me pelo que você assiste pelas atuais redes sociais, nem ao menos pelo que enxerga de mim nos fragmentos dos passageiros encontros que temos pelo trilhar da vida.
Não defina-me tentando encaixar as peças que formulas ter sobre o quebra-cabeça que sou, se nem ao menos eu tenho todas as peças de mim, já que ao passar da vida é que vou desenhando, apagando e pintando minha imagem e moldando os formatos de cada pecinha para seu encaixe.

Não defina-me pelos seus conceitos do que é ou do que deixa de ser.
Não construa-me com julgamentos prévios se não tens acesso ao meu eu em verdade,
Pois crias, dessa forma, inverdades.
Não pressuponha quem sou pelo que vê.

Agradando ou não, a tela, as tintas e os pincéis, da minha vida, são meus.
Aprecie e inspire-se, ou apenas respeite e ignore.
Mas não ache que a imagem que vem se formando é o todo que posso ser.
Para que eu me faça em quadro, preciso, pelo menos, do tecido da tela, da madeira; da parede; do prego ou do adesivo que me sustenta; das matérias base para a constituição da tinta; do tempo, do ar, da temperatura, da umidade, para secar e para me preservar.

Não queira ser Deus.
Buscando definir, pressupor, decidir e apontar quem sou.
O julgamento não cabe a nós.

Tenha Deus em seu coração, mente e espírito.
Para apontar, decidir, pressupor e definir quem é você e o que condiz com quem é você.
E, ainda assim, o julgamento não caberá a nós.

De tanto procurar o erro no e do outro,
O que nos têm faltado é olhar um pouco mais pra dentro de nós mesmos...

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Smartlife

E nessa onda de selfie, de smartvida, de estar conectado, de estar on, off, de novas linguagens, de novos perfis, de modinhas, de opiniões formadas e informadas sobre tudo...
E nessa vibe de superfícies pouco espessas, de sorrisos encobrindo apatia, de interesses desinteressantes, de momentos por momentos, de imediatismo, de extremismos, de fáceis atritos e difíceis diálogos...
Sem nem bem saber o que dizer, aprendi que nada é ou será a todo tempo da melhor maneira, as coisas vão sendo, vão se tecendo, sobem e descem, estabilizam e estremecem...
E nessa onda de se vender pro mundo...
Mas péra....
Não estou à venda, não precisamos estar.