terça-feira, 24 de abril de 2018

Que comecem (e não acabem) os jogos

Que sejam corriqueiros os passos para os próximos jogos.
Que a decisão de te roubar um beijo diariamente, não seja proibida  nas regras do jogo da vida.
Que minha dose diária de loucura, sejam as apostas que fizer com você.
Que, como num jogo de estratégia, haja conexão nas ações para a vitória.
Que, como num jogo de sorte, o inesperado seja de sintonia harmoniosa.
Que, como num jogo de tabuleiro, nada seja tão por acaso assim.
Que, como num jogo recreativo, nossa facilidade em sorrir não chegue ao fim.
Que, como num jogo de improviso, saibamos reagir, solucionar, aceitar e rir.
Que, como diz Rubem Alves, nossos jogos sejam como frescobol, onde "para o jogo ser bom, é preciso que nenhum dos dois perca, (...) ou os dois ganham ou ninguém ganha". 
Um jogo equilibrado, rumo ao acaso do começo, sem medo do fim.

quinta-feira, 19 de abril de 2018

Descartes

Quando você quis entrar, eu disse o quanto eu era difícil.
Quando voce quis entrar, eu disse quantos medos eu tinha.
Eu desabafei e dasabei, mostrei o quanto eu não me achava "tudo aquilo" que as pessoas acham quando chegam.
Mostrei-me frágil e insegura, mas talvez você só tenha visto o que queria ver.
E você quis ficar.
E você viu que eu não sou tudo aquilo que as pessoas acham quando chegam. Viu meus defeitos, meus medos, você viu que eu não sou fácil e então você quis sair.
Mas eu tinha avisado.
Você não quis ficar, não quis me corrigir, não quis tentar junto (porque sozinho você deve ter tentado), não quis colocar o amor à frente, quis eliminar o desconfortável. O desconfortável que você agradece pelo crescimento.
Eu chego e ajudo a crescer.
E quem me ajuda a crescer?
Quando insatisfaz, descartada.