sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Sobre o que falar?

Tô com vontade de escrever, mas escrever o que?
Sobre a falta de respeito em que vivemos? Sobre o excesso de ganância por que passamos? Sobre a ausência do amor? Escrever sobre a triste desigualdade? Ou sobre a falsa moralidade?
Falar sobre o que? Sobre a inversão dos valores, dos pudores, das verdades?
Ou sobre a grande mentira a qual nos habituamos a viver? Sobre o caos que o capitalismo governa? Ou sobre o governo caótico e capitalista?
Tô com vontade de desabafar, mas desabafar o que, sobre o que, com quem? Se ninguém mais tem saco, pra valorizar ninguém. Se ninguém mais quer saber de verdade sobre alguém. Se ninguém mais se preocupa, de verdade, com o outro, se esse outro não tem influência no seu próprio bem estar.
Eu tô cansada de ter vontades que se perdem no caminho quando eu as divido com alguém, por quê é tudo lindo na imaginação, é tudo ovacionado quando é sonho, desejo, mas quando é preciso transformar em realidade, aí a gente percebe quem estava ao teu lado de verdade, quando não se dá conta que, de humanos, ficou sozinho.
É dolorido, é doloroso, contar com tanto individualismo, com tanta superficialidade, com tanto modismo.
É invasivo, corrosivo, viver com tanta desonestidade, artificialidade, com tanto jogo de interesses maus.
Mas se dentro de tudo isso eu puder falar sobre algo bom, numa expansão dos meus sentidos e sentimentos, escolho falar de amor. Não esse amor carnal, fútil e egoísta que a gente vê nas novelas da vida real. Não desse amor sublime até o momento em que muda-se o pensar para o arrependimento. Não desse amor que nada ensina além de dor. Não do amor ilusão.
Se eu puder mesmo falar de algo, desejo então, e me ponho no dever, exercendo meu direito de falar do amor puro. Do amor que vejo nas atitudes do cachorro que vive na mesma família em que vivo,  no amor das atitudes que vejo nos saguis mais adultos ao dividirem seu pedacinho de banana com os mais jovens, carregados nas costas. Do amor que vejo nas amizades que mesmo com a extensão do tempo não se perdem, mas se perduram, independente das distâncias e dos empecilhos. Do amor que leva a fé e que eleva o ser. Do amor que é puro dentro das impurezas da vida. Do amor que é duro dentro da incertezas da vida, mas que é certo.
Do amor que, independente das religiões, um dia alguém doou a própria vida pra nos demonstrar.
Se eu realmente posso escrever aqui pra fazer a diferença, escolho passar a diante  não apenas minhas revoltas mundanas, escolho passar o amor. O amor que nos faz agir, o amor que nos faz sentir, o amor que nos faz ser. Ser. Ser Amor. Amor ao próximo, não apenas o que está perto, mas o que virá depois. Amor ao irmão, não apenas o de sangue ou de consideração, mas qualquer ser vivo. Amor ao dizer bom dia, Amor ao deixar alguém atravessar a rua, Amor ao doar um alimento. Toda boa ação é possível de ser feita com amor.
Já descobri sobre o que eu queria escrever... 
Queria desabafar sobre muita coisa. Pra refletir e resumir...
Eu queria falar sobre atitudes de amor.
Que atitudes de amor mudam o mundo, pelo menos o meu mundo, e espero que o seu, que teve paciência, compreensão e amor, para chegar até aqui. Obrigada.

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