terça-feira, 1 de outubro de 2019

Todo dia alguém morre


Todos os dias que alguém próximo de nós não morre nos dão a impressão que não é todo dia que alguém morre.
Mas assim como todo dia alguém nasce, todo dia alguém morre.
E, talvez para não vivermos a todo tempo em sofrimento, só nos sentimos tocados pelas mortes de alguém próximo ou pela morte veiculada como notícia, que nos faz ver atrocidades e fatalidades.
A morte é natural à vida e nunca nos acostumamos com ela.
Ela nos parece injusta. Ou nos arranca alguém sem aviso prévio ou nos assusta com seus avisos inentendíveis ou inaceitáveis.
Da visão do mundo em carne, ou seja, desta vida material, fica muitas vezes difícil de compreender o porquê de tanta gente que se vai.
Por isso, talvez, muitas vezes a religião ou a fé acalentam.
Penso que cabe-nos o exercício de lembrar que se não julgarmos a questão, se não nos prendermos em buscar respostas, se não nos anularmos perante a estes momentos de dor, por mais que não seja desejada ou que não seja a solução, a morte é o destino final de tudo o que vive e não há o que fazer para mudar isso.
E, não tendo o que fazer para mudar a morte e o morrer, que ajamos em vida em tudo aquilo que nos toma o pensamento quando nos enlutados, para que, ao nos depararmos com a morte, não sintamos que ficamos em falta durante a vida.

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